sexta-feira, 22 de abril de 2011

DIA DE ENTENDER

Nossa fé em Jesus tem seu ápice no dia de hoje! Não haverá sentido algum em autoproclamar-nos  “cristãos”, se  não entendermos o que Jesus fez.
No princípio de todas as coisas, Deus fez o homem a sua imagem e semelhança. Perfeito, portanto. Em algum momento da história, seduzido por Lúcifer e seus anjos e arcanjos, o homem pecou, rompendo, assim, sua comunhão com Deus.
Deus é a fonte de toda a vida e existência. Abandonando-o, herdamos a morte. Ato e efeito. Simples assim. Se eu apagar a luz, fico no escuro. Se eu abandono a vida, morro. Assim, o homem se tornou mortal e, tendo deixado a perfeição, ficou sujeito às regras do acaso e do caos, tornando-se imperfeito.
Meus rins estão vivos, mas não são outros seres. Fazem parte de mim. Assim seríamos em relação a Deus, se Ele não tivesse nos dado vida consciente e livre. Desta feita, quando o homem o abandonou, Ele teve que permitir, sob pena de que, se não procedesse assim, estaria revogando a liberdade do ser criado e, portanto, o princípio fundamental de sua existência legítima. Em resumo: o homem deixaria de existir como um novo ser. O “sim” de Deus dá existência à todas as coisas; o “não”, revoga tudo, nega tudo, faz inexistir a tudo. Ele é Deus!
Nesse ínterim, a realidade perfeita, que Deus havia criado para o homem, se desfez. Quebrou-se.  O pedaço de chão, onde estavam os que optaram pelo mal, começou a perverter-se à imagem daqueles para os quais Deus o havia feito. Natureza feita para o homem e servidora deste. O homem se perverteu, a natureza o seguiu. E isso ocorreu até não haver mais sustentabilidade física de convivência entre bem e mal. Havia aqueles fiéis a Deus (anjos e arcanjos) que mantiveram o “status” da criação perfeita, mas do outro lado estava o pedaço corrompido do Paraíso e que se corrompeu mais, a cada segundo, até gerar uma cisão! Explodiu!  Foi um “BIG BANG”! Um fato cósmico. O homem quis afastar-se de Deus e foi respeitado. Nem a realidade do homem era mais a mesma de Deus! O Paraíso corrompido se desfez e gerou um novo Universo à imagem e semelhança do homem e de seu pecado. Uma realidade dominada pelo caos, com pouquíssima ordem. Deus respeitou. Ele tudo pode. Mas, respeitou.
Só que Ele ama o ser humano. Não pode violar sua liberdade, mas ama. Eis aí o sumo plano de resgate! O ato humano de traição gerou desequilíbrio na “balança da existência”. Aquilo que era justo e certo fora quebrado! A ordem natural das coisas fora pervertida. Um verdadeiro crime existencial! No corpo, por exemplo, quando uma célula perde a sua justa função, ela entra em estado caótico e morre. Os astros do céu também. Se perderem sua justa rota, batem e “morrem”. O ser humano seria passível dessa mesma punição por ter rompido a “Justiça do Todo”, o acerto de todas as coisas. Sabedor disto, Deus toma uma providência, razão da minha fé... Ele não poderia revogar esta punição, sendo a mesma um fato natural, uma vez que foi fruto de escolha e uso de liberdade. O homem negou a vida e a fonte da existência, que é Deus, e, portanto, deve herdar a morte e a inexistência. Assim sendo, Deus se fez homem! Decidiu nascer legitimamente de uma mulher. Sua vontade (verbo) se encarnou em Maria. Deus se fez homem verdadeiro para sofrer todo e qualquer castigo humano em seu corpo. Então, Ele desempenha seu papel orientando o homem, faz seus discípulos, deixa seu Testamento...indica o caminho...até que... Sacrifica-se! No Horto das Oliveiras, Jesus começa a suar sangue. Neste instante, ele inicia o processo de puxar para si todas as nossas culpas. Ele não sentiu apenas a dor do madeiro da cruz e nem das chibatadas. A cruz, fato verdadeiro, era o símbolo de algo maior que estava acontecendo. Deus puxava sobre si o peso de todos os pecados cometidos em toda a História humana e aqueles ainda por cometer. Pecados passados, presentes e futuros! Cada puxão de cabelo cometido na história humana, Ele sentiu o retorno em seus cabelos. O justo “olho por olho”, foi executado nele. A cruz externava aos presentes a dor que Ele sentia, mas ela era apenas um cisco perto da verdadeira dor que o esmagava. O “dente por dente” de cada pecado, de todos os tempos! Cada estupro, cada mágoa, cada mentira, tudo! O retorno, a vingança de cada pecado, foi executada nele! Toda Justiça se fez! Jesus, o homem, pagou por todos os homens! Tudo fora consumado. 
Feito isso, resta ao homem, sem dívida alguma, escolher voltar pra casa, abandonar os vícios de sua caminhada na Terra e adquirir as virtudes próprias dos tempos da Criação, manifestando na vida essa boa escolha de comunhão com Deus. Resta ao homem retomar seu lugar na existência. Jesus é Deus que nos resgata através de seu amor e que nos ensina que o amor é a presença de seu Espírito entre nós. O amor é a essência de toda vida. É a vida de Deus derramada sobre nós, que Dele somos gerados. A cruz é o símbolo santo da nossa salvação! O sinal sagrado do dia em que Deus nos ensinou a amar, resgatando-nos da mentira deste mundo caótico e dessa realidade vazia de sentido. E ainda queremos buscar felicidade aqui? Projetos de perfeição, baseados na vida imperfeita?
Hoje, quando você estiver diante de um crucifixo, entenda a mensagem que ele traz. Deus doou tudo de si, para que pudéssemos ter vida e plenitude. Isso é tão importante, que Ele aceitou morrer. É belíssimo pensar em sua ressurreição, pois ela nos confere a esperança de também nós vencermos a morte, mas é o sacrifício de Cristo o centro da nossa fé e devoção! Eis o dia da salvação! O dia em que fomos infinitamente amados! Eis, naquele madeiro, o Deus amoroso, daqueles que, sedentos, tanto buscam o amor!
Almir Levy

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